Não te enganes, amigo
É cheiro de morte, sim.
Pavor da voz, do passo incerto
Da taquicardia
Do minuto seguinte
Pavor do pavor.
O absoluto caos
Em cada esquina
Por trás de cada porta
Em cada olhar.
Um trago duplo
Um antidistônico
Só dão um tempo e a certeza
Do retornar mais terrível.
Não feches, não abras as mãos
Não as coloque em nenhum lugar
Porque nada mais é seguro.
Não pises
Não fales não cales
Não olhes
Não ouças nada do que se diga
Agora, e não creias em nada
Do que foi dito antes.
Nada importa.
É que no próximo ato
Certamente, o abismo te aguarda.
Francisco Cleóbulo Teixeira
Blog de Literatura (Contos e Poemas), com algumas intervenções relativas aos mesmos.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
terça-feira, 5 de abril de 2011
Éramos
Éramos três, sempre três
A vida era a porta ao lado
O mundo, aberto em calçadas
O sonho, nossa vitamina.
Éramos três, sempre três
O mar cabia num copo
A natureza, numa janela
O universo, em nossas pupilas.
Éramos três, sempre três
As cores ficaram mutantes
Os sons, palpáveis
Os fantasmas, covardes.
Éramos três, sempre três
A flor morreu na redoma
A Lógica e a Matemática, renegadas
A Filosofia, de fome.
Muitas luas passaram...
Deus não é uma equação!
Somos um, apenas um.
Francisco Cleóbulo Teixeira
A vida era a porta ao lado
O mundo, aberto em calçadas
O sonho, nossa vitamina.
Éramos três, sempre três
O mar cabia num copo
A natureza, numa janela
O universo, em nossas pupilas.
Éramos três, sempre três
As cores ficaram mutantes
Os sons, palpáveis
Os fantasmas, covardes.
Éramos três, sempre três
A flor morreu na redoma
A Lógica e a Matemática, renegadas
A Filosofia, de fome.
Muitas luas passaram...
Deus não é uma equação!
Somos um, apenas um.
Francisco Cleóbulo Teixeira
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